
O cultivo de 200 hectares de acerola fica no município de Ubajara, região norte do Ceará. A empresa americana tem uma produção que chega a 600 toneladas por mês. "Nós temos luz o ano todo, uma temperatura bem adequada ao cultivo da acerola e a água", explicou Gilberto Lima, gerente agrícola.
A lavoura é irrigada, o que garante a acerola o ano inteiro. São quatro picos de colheita: uma agora em janeiro, outra em março, depois em outubro e a última colheita em novembro. Com tanto trabalho, a trabalhadora rural Nira de Sousa está satisfeita. "Eu estou construindo minha casa e já tenho meu transporte", contou.
Toda a produção é orgânica. Não é utilizado nenhum tipo de agrotóxico, apenas um composto, à base de bagaço de cana, esterco e extrato da própria acerola, fabricado na empresa. Esse é o único adubo colocado na terra para o desenvolvimento das plantas. Ainda verdinhas, as acerolas seguem para a indústria que funciona na fazenda. Elas não colhidas maduras porque quando estão verdes o teor de vitamina C é maior na fruta. No lugar são processadas 40 toneladas por dia.
Depois de lavadas, as acerolas passam para a fase de extração. É quando o suco concentrado é separado do restante da fruta. Pela tubulação gigante ocorrem as outras etapas até chegar à final. No equipamento, controlado por computador, o suco de acerola é transformado em pó. São necessários 12 quilos de fruta para fazer um quilo de concentrado. "Hoje temos a capacidade diária de 3,7 mil quilos de pó por dia, metade é exportado para os Estados Unidos e a outra metade vai para a China", contou Wilson Rocha, gerente industrial.
Antes a acerola em pó é transformada em comprimidos. Cada um tem 20% de vitamina C e outros nutrientes. Os maiores consumidores são a América do Norte e a Ásia. É a acerola do Ceará conquistando o mercado internacional.
Tereza Tavares, de Ubajara