quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

ACEROLA DO CEARÁ CONQUISTA O MUNDO

O cultivo de 200 hectares de acerola fica no município de Ubajara, região norte do Ceará. A empresa americana tem uma produção que chega a 600 toneladas por mês. "Nós temos luz o ano todo, uma temperatura bem adequada ao cultivo da acerola e a água", explicou Gilberto Lima, gerente agrícola.
A lavoura é irrigada, o que garante a acerola o ano inteiro. São quatro picos de colheita: uma agora em janeiro, outra em março, depois em outubro e a última colheita em novembro. Com tanto trabalho, a trabalhadora rural Nira de Sousa está satisfeita. "Eu estou construindo minha casa e já tenho meu transporte", contou.
Toda a produção é orgânica. Não é utilizado nenhum tipo de agrotóxico, apenas um composto, à base de bagaço de cana, esterco e extrato da própria acerola, fabricado na empresa. Esse é o único adubo colocado na terra para o desenvolvimento das plantas. Ainda verdinhas, as acerolas seguem para a indústria que funciona na fazenda. Elas não colhidas maduras porque quando estão verdes o teor de vitamina C é maior na fruta. No lugar são processadas 40 toneladas por dia.
Depois de lavadas, as acerolas passam para a fase de extração. É quando o suco concentrado é separado do restante da fruta. Pela tubulação gigante ocorrem as outras etapas até chegar à final. No equipamento, controlado por computador, o suco de acerola é transformado em pó. São necessários 12 quilos de fruta para fazer um quilo de concentrado. "Hoje temos a capacidade diária de 3,7 mil quilos de pó por dia, metade é exportado para os Estados Unidos e a outra metade vai para a China", contou Wilson Rocha, gerente industrial.
Antes a acerola em pó é transformada em comprimidos. Cada um tem 20% de vitamina C e outros nutrientes. Os maiores consumidores são a América do Norte e a Ásia. É a acerola do Ceará conquistando o mercado internacional.
Tereza Tavares, de Ubajara

sábado, 10 de janeiro de 2009

PONTAL DAS ALMAS - CEARÁ

A primeira parada é em Barroquinha, a 390 quilômetros de Fortaleza. Da cidade, seguimos para a Praia de Bitupitá, uma tranquila colônia de pescadores. Aguardando a hora certa de entrar no mar, as jangadas ficam ancoradas, compondo uma bela paisagem. Vale à pena dar uma paradinha para admirar...
Daí pra frente, só podemos fazer o trajeto com carro de tração 4 por 4 e ainda assim, é preciso cuidado! O acesso para o Pontal das Almas é pela praia. Por isso, tivemos que esperar umas 2 horas para a maré baixar. Só depois, pudemos seguir viagem. São apenas 5 quilômetros, mas é encantador! Só tem areia limpinha, vegetação nativa e um mar que convida a um bom banho! Mais à frente, na curva do mar, a beleza se acentua. Os raios de sol refletidos na água formam um verdadeiro espelho da natureza. Paramos só para admirar!
Alguns passos e chegamos ao Pontal das Almas. Parece que o nome se justifica porque lá não tem um ser vivente sequer, é totalmente desabitado e deserto. O que se vê é apenas uma extensão de areia e o que se ouve é o barulhinho do mar. De um lado é o Ceará, já do outro lado, o Estado do Piauí. No Pontal, a natureza caprichou: é possível ver árvores dentro do mar. Beleza, tranquilidade e lenda. Lá encontramos o túmulo de Adelaide Tahim. Os nativos contam que ela vivia com o marido e os filhos no Pontal. Depois de morta, há 80 anos, ela apareceu em sonho para um agricultor pedindo para ser sepultada na praia. O pedido foi atendido e à partir daí, apareceram vários milagres na região.
Em Bitupitá, até uma Igreja foi construída para ela. A festa é no mês de agosto. Dona Cândida, uma senhora de 70 anos que nasceu e cresceu no local, conta que "Santa Adelaide"era muito boa. "Ela gostava de ajudar os pobres. Pegava roupa nova na loja da família e doava a quem pedisse. Todos buscavam ajuda com ela."
E a fama da Santa que a Igreja ainda não reconheceu se espalhou na Região. É comum famílias batizarem as filhas de Adelaide. Na cidade tem mais de 100. Dona Ester Marcolino batizou a filha depois de um parto difícil. Daí para frente, todos os anos ela homenageia a "Santa". "Todos os anos vou de branco na missa dela e assisto todinha de joelhos. Até eu morrer vou fazer isso." A filha Adelaide Torres, de 36 anos, é cozinheira, saudável e se orgulha do nome. "Fico feliz pois tenho nome de santa, ela salvou a gente."
Essas são um pouco das histórias e das belezas do PONTAL DAS ALMAS. Um lugar lindo, que transpira paz e energias positivas! Adorei!!
Tereza Tavares, de Barroquinha - CE